"...estenderei a minha mão contra os habitantes desta terra, diz o SENHOR. Porque desde o menor deles até ao maior, cada um se dá à avareza; e desde o profeta até ao sacerdote, cada um usa de falsidade e curam superficialmente a ferida da filha do meu povo, dizendo: Paz, paz; quando não há paz. Porventura envergonham-se de cometer abominação? Pelo contrário, de maneira nenhuma se envergonham, nem tampouco sabem que coisa é envergonhar-se..." (Jeremias 6.12 a 15)

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

CASAMENTO MISTO - Uma Ameaça à Família da Aliança

Copiado do "Veritas Immutabilis" no endereço: http://veritasimmutabilisest.blogspot.com.br/2012/11/casamento-misto-uma-ameaca-familia-da.html?spref=fb


Silas Roberto Nogueira


 


Malaquias 2:10 a 16 (vv.10 a 13)
O v. 10 serve como uma introdução ao assunto que Malaquias pretende tratar. Há uma denúncia aqui sobre a deslealdade generalizada do povo, do sacerdote ao camponês. E Malaquias faz questão de mostrar que isso se dá por causa do fracasso espiritual do povo. Não é uma questão puramente social, isto é, não é uma questão do desenvolvimento de politicas públicas, não era uma questão meramente econômica ou mesmo educacional. O cerne mesmo da questão era o relacionamento com Deus. O puritano Mathew Henry comentou sobre esse versículo o seguinte – aquele que é falso com Deus não será fiel ao seu semelhante. Assim, o que rege a vida de um homem é a sua teologia. Uma prática corrupta é fruto de princípios corruptos.
Malaquias faz então um movimento, deixa o geral e parte para o específico. Lloyd-Jones sempre usava este método e dizia que este era o método bíblico. Nos versículos subsequentes ele tratará das questões familiares, especialmente do casamento misto e do divórcio. O princípio é o mesmo, mas aplicado à vida familiar. O profeta vai ao cerne do problema, a família. Nenhum problema social tem origem fora da família. O que Malaquias diz aqui é que a estabilidade da sociedade depende da estabilidade da família. Mas acima disso, a estabilidade da família depende da estabilidade do nosso relacionamento com Deus. Por isso Thomas Watson declarou “O amor de Deus amarra com tanta força os laços do matrimônio que nem a morte nem o inferno podem desatá-los.”
A estabilidade do nosso relacionamento com Deus se mede em nossa obediência para com a Sua Palavra, especialmente no que se refere à constituição de uma família. E a primeira coisa que devemos saber sobre a constituição de uma família é que não devemos nos unir a um incrédulo. Era exatamente aqui que o povo da aliança estava errando e era contra isso que Malaquias levantava a sua voz. Mas por que o casamento misto é condenado nas Escrituras? Há pelo menos três razões, vejamos:

CASAMENTO MISTO VIOLA A ALIANÇA COM DEUS, v.10b
A primeira coisa que devemos saber é que o casamento misto é uma violação da nossa aliança com Deus. Quando entramos num relacionamento com Deus esse relacionamento é chamado aliança ou pacto. Deus fez aliança com Abraão (Gn 15.18) e quando redimiu seu povo da escravidão o fez por causa da aliança com ele (Ex 6.5) e a implicação disso é que Ele seria o nosso Deus e nós o seu povo peculiar (Ex. 6.7; 19.5). Nessa aliança o povo se obrigava a obedecer a seus termos e um desses termos referia-se ao casamento misto, Ex 34.11-17; Dt 7.3,4. Portanto, ao casar-se com um pagão o judeu estava violando os termos da aliança com Deus. Talvez você diga “ah, mas isso se refere aos crentes do Velho Testamento e nós somos do Novo Testamento, não estamos debaixo da lei, mas da graça e tais proibições não nos dizem respeito!”. O que posso dizer a você é que os crentes do Novo Testamento estão igualmente aliançados com Deus em termos muito parecidos com os crentes do Velho Testamento e o sangue de Cristo selou a nova aliança, uma aliança chamada “superior” (Hb 7.22). Os termos da nova aliança também implicam em obediência e igualmente implicam em casar-se com alguém que partilha a mesma fé, 2 Co 6.14; 1 Co 7.39). Portanto, seja no Velho ou no Novo Testamento, casar-se com incrédulo é violar a aliança com Deus. A desobediência é pecado grave, comparado mesmo à feitiçaria, 1 Sm 15.23. Quando quebramos um mandamento, somos culpados de violar todos os mandamentos e é preciso que saibamos que nenhum desobediente terá parte no Reino de Deus.
Nunca se una a alguém que se recuse unir-se a Cristo. John MacArthur conta que em seu primeiro mês de ministério, estando disposto a cumprir a Palavra de Deus, foi submetido a uma grande prova. Uma jovem, filha de um membro influente de sua igreja decidiu casar-se com um incrédulo e queria que ele celebrasse a união. Ao recusar-se, imediatamente instalou-se uma crise na igreja. Os presbíteros o apoiaram e a família saiu da igreja junto com muitos outros, contudo a Comunidade da Graça continuou firme no propósito de obedecer à Palavra de Deus[1].
Alguns anos antes de Malaquias profetizar, o sacerdote Esdras buscou a Palavra de Deus, mas não somente isso buscou também cumpri-la, Esd. 7.10. Não seremos abençoados por Deus se somente buscarmos a Palavra de Deus, nós seremos verdadeiramente abençoados se a cumprirmos. Um cristão comprometido com a Palavra de Deus quer honrar a Deus e a maneira de fazermos isso é cumprimos com fidelidade a Sua Palavra. Será que temos essa disposição em nós?  
CASAMENTO MISTO VIOLA A SANTIDADE DO POVO DE DEUS, v.11
A segunda coisa que devemos saber é que o casamento misto é descrito em termos bastante fortes – é uma deslealdade e uma abominação. O primeiro termo implica em infidelidade, traição. O segundo em algo que provoca náusea ou nojo. Casamento misto é necrofilia espiritual. O casamento misto é um ataque frontal contra a santidade do povo de Deus, uma traição e pelo caráter que assume é algo nojento, algo que deveríamos repudiar. Precisamos entender que há uma razão para isso,

  • O casamento misto é a tentativa de reconciliar coisas irreconciliáveis, 2 Co 6.14-18. A tentativa de reconciliar Cristo e Belial é blasfema. Note que Paulo caminha as instâncias da sociedade, comunhão, harmonia, parceria, acordo e a resposta correta que se deve dar a todas elas é um retumbante não!


  • O casamento misto é a mais íntima comunhão com as obras das trevas, Ef 5.11. Calvino havia comentado que “prender-se a jugo desigual com os incrédulos significa nada menos que manter comunhão com as obras infrutíferas das trevas, e estender-lhes a destra como emblema de companheirismo”.


  • O casamento misto é a porta de entrada para a idolatria, Dt 7.3,4. Os casamentos mistos foram a principal causa da decadência espiritual para Israel, Nm 25. Esdras (9.1,2) e Neemias (10.30; 13.23-27) combateram os casamentos mistos, lembrando-se do exemplo de Salomão. 

Quando Paulo trata do jugo desigual usa uma analogia agrícola do VT que proibia colocar sob o mesmo jugo dois animais de natureza diferentes, Dt 22.10. John Macarthur comenta “que se esses dois animais trabalhassem juntos não conseguiriam abrir um sulco em linha reta. Seus temperamentos, instintos naturais e características físicas tornavam isso impossível.” É uma lição tirada da vida comum, e deve ser aplicada à vida espiritual.
O casamento misto não honra a Deus. Sendo Deus nosso Pai não deveríamos honrá-Lo?
CASAMENTO MISTO SUJEITA O MEMBRO AO JUÍZO DE DEUS, v.12
Em terceiro lugar o que precisamos entender é que o casamento misto sujeita o membro ao juízo de Deus. Esse juízo é sem exceção note – “seja quem for”.  A desobediência traz o juízo, pois Deus nunca premia os rebeldes. O casamento misto significa uma auto exclusão, visto que uma pessoa entra num casamento por livre vontade. Agindo desse modo se sujeita ao castigo por parte de Deus. É como embarcar num navio que de antemão se sabe que vai afundar, mais cedo ou mais tarde.
Se você soubesse em uma companhia área nove em cada dez aviões caem, teria coragem de embarcar num deles para uma viagem de longa distância?
Caros irmãos, por que nós nos colocaríamos sob o juízo de Deus?
Para terminar quero citar a Confissão de Fé de Westminster, XXIV, artigo III:
A todos os que são capazes de dar um consentimento ajuizado, é lícito casar; mas é dever dos cristãos casar somente no Senhor; portanto, os que professam a verdadeira religião reformada não devem casar-se com infiéis, papistas ou outros idólatras; nem devem os piedosos prender-se desigualmente pelo jugo do casamento aos que são notoriamente ímpios em suas vidas ou que mantém heresias perniciosas.
Para os que dizem:
  • Há exceções – sim, mas elas confirmam a regra. Depois, contar com a misericórdia de Deus desse modo é tentá-Lo.

  • “Deu certo para mim” justificam alguns. Bem, sempre costumo dizer que a nossa regra de fé é a Bíblia, não o testemunho pessoal de alguém.




[1] Princípios para uma cosmovisão bíblica, pp.71.72. 
Notas das exposições em Malaquias na Comunidade Batista da Graça, Suzano.

sábado, 10 de novembro de 2012

Dízimo Profético - Sem Palavras

Durante o meu almoço na terça-feira, vi pela televisão uma mensagem de uma grande porém pequena igreja, e azar o meu (ou deles), isso foi justamente no instante em que se iria falar do dízimo.
As alegações, suposições, petições e esculhanbações do tal "pastor" me deixaram indignado também por causa do quadro geral que observei:
1) Igreja lotada (mais de 2.000 pessoas)
2) Mensagem em rede nacional
3) Nenhum verso Bíblico (geralmente mesmo para as heresias um ou dois versos são citados).

O "pregador" (leia-se simplesmente indivíduo) dizia que era o momento do dízimo, e de maneira muito peculiar expôs algo excepcionalmente novo e além de qualquer referência ou explicação bíblica.
Ele associou o dízimo da maneira mais canalha e egoísta, não à Bênção que Deus já proporcionou ao ofertante, mas ao que Deus deverá fazer com o que estava ofertando.
O indivíduo disse que naquele momento o fiel iria dar o dízimo do salário que quer ganhar e não do salário que ganhou!
Isto seria uma determinação do salário que o fiel deseja ganhar.
Deu exemplos de dízimo R$ 300,00 para o irmão que quer um salário de R$3.000,00. Par perceba que o dízimo profético deveria ser apresentado ANTES de receber tal salário (enfatizado pelo indivíduo).
Deu outro exemplo de salário de R$10.000,00 mas isto, segundo o agiota, era apenas para pessoas que tem fé!

Nesse Brasil, a fé é mercado promissor. A ganância do "pastor" só tem vasão por causa da ganância do coração ainda carnal do fiel!
Sob muitos disfarces esta mesma prédica entra em nossa própria igreja, enrustida no coração de algum irmão e pronto, não podemos desfazer tal certeza por causa do amor! Seremos julgadores.
Passei da fase de me preocupar com o que os outros vão pensar!
Enganadores e enganados, mutuamente se desviando cada vez mais da Palavra e da Salvação!
Indo direto para o inferno e crendo que estão no trem para o céu, quando na verdade estão (os jovens sabem do que falo) na "Hightway from hell" (nem sei se escrevi certo).

Que a devolução do dízimo e oferta deixou a muito tempo de ser sinal de reconhecimento da bênção e passou a ser um investimento profético, isso já sabemos a muito tempo. O fato é que enquanto nos calamos, os agiotas eclesiásticos ganharam ousadia. Enquanto nos enchemos de pudor e educação não criticando a "teologia" de muitos; estes muitos se tornaram afoitos e ousados e hoje, descaradamente pregam o que querem, prometem o que querem e encaminham para o inferno quantos podem.
Você que se calou até agora, por educação, pudor ou temor de julgar, saiba que a culpa da hheresia ser pregada em rede nacional também é culpa sua!

Ouça o áudio abaixo:

Dízimo Profético - Parte I
Dízimo Profético - Parte II

sábado, 3 de novembro de 2012

Série: Pregações Que Fazem Falta - Nº 1

Estou na leitura do sermão de Jonathan Edwards "Pecadores nas mãos de um Deus irado".
Imagino o impacto de uma pregação como esta em nossos dias, em nossas igrejas reunidas.
Quando lemos uma pregação como esta, podemos daí entender como surge um reavivamento na Igreja.
Entre o impacto que recebi através desta leitura estou tentando entender toda implicação de uma afirmação no texto que diz: "Resumindo: Eles [homens naturais] não tem refúgio, nada que os mantenha, tudo o que os preserva a cada momento é a mera vontade arbitrária e a não pactuada, não obrigada, clemência de um Deus enfurecido"
Como o Cordeiro foi morto desde antes da fundação do mundo, e como somente na Cruz e através dela Deus mostra Sua Grande Justiça e também Seu Grande Amor; quando eu leio "arbitrária e não pactuada... clemência" fico, por enquanto sem sucesso, tentando conciliar estas duas verdades.




Para visualizar ou baixar o sermão de Jonathan Edwards "Pecadores nas mãos de um Deus irado" 
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