"...estenderei a minha mão contra os habitantes desta terra, diz o SENHOR. Porque desde o menor deles até ao maior, cada um se dá à avareza; e desde o profeta até ao sacerdote, cada um usa de falsidade e curam superficialmente a ferida da filha do meu povo, dizendo: Paz, paz; quando não há paz. Porventura envergonham-se de cometer abominação? Pelo contrário, de maneira nenhuma se envergonham, nem tampouco sabem que coisa é envergonhar-se..." (Jeremias 6.12 a 15)

quarta-feira, 30 de junho de 2010

Escrituras Sagradas – Por onde Começar?


Às vezes me perguntam: Por onde devo começar a ler a Bíblia? pelo primeiro livro (Gênesis) ou por outro lugar do livro?


Bem… o que posso responder é que devemos conhecer TODA a Bíblia, e começar a lê-la do livro mais fácil e progredir na leitura até o mais difícil. No meu caso, eu era totalmente ignorante quanto as Escrituras, agora sou só ignorante mas não totalmente! rsrs; então comecei justamente pelo mais difícil… adivinha!!! isso mesmo, Apocalipse!!


Aos meus dezenove / vinte anos de idade, por pura e simples curiosidade em conhecer as histórias terríveis do fim do mundo, etc, etc... comecei a ler o tal livro que era o mais comentado na época próxima ao ano 2000 (fim do mundo).

Terminei de ler o livro de Apocalipse e achei ele “muito loco”, cheio de visões e frases enigmáticas etc; mas percebi principalmente que não se tratava de fim do mundo mas da volta de Jesus (e eu nem sabia que Ele tinha ido). Continuei a leitura da Bíblia e o próximo livro foi Jó, e a partir daí a coisa ficou séria pois eu ví que a miséria e a desgraça não estavam por conta de Deus mas do Diabo.


Depois vi que O chefe dos crentes hipócritas, que na minha cabeça deveria ser o maior dos hipócritas (Jesus), era justamente o oposto. Ao invés de hipócrita Ele desmascava a hipocrisia daqueles que se gabavam de ser Filhos de Abraão e que achavam que por isso podiam agir da maneira que bem lhes parecesse! Jesus rebelou-se contra a aparência exterior e valorizava a intenção interior de cada um… Pronto… pensei! um lider assim deve ser seguido…!!! e eu achando que Ele era um hipócrita como os outros.


Me apaixonei pela Bíblia e de lá para cá (1997 ou 1998) não deixei mais a Bíblia de lado, pois ela me mostrava alguém totalmente diferente daquele que eu mentalizava; ela me ensinava justamente a limpar o interior e não o exterior para que os outros vissem. Como fiquei admirado ao ver Jesus ordenando a não ficar orando em público, a fim apenas de ser visto pelos outros, mas orar em segredo, ou fazer o jejum em segredo não para que os outros soubessem, ou a fazer caridade em segredo não para ser admirado pelos outros mas por amor ao próximo a serviço de Deus!

Pouco a pouco fui conhecendo Deus e Jesus, ao mesmo tempo que sentia algo me incitando a mudar, e qual não foi minha alegria ao ver que isto era feito pelo espírito Santo ao ler "...Ele vos convencerá do pecado e da justiça e do juízo. (transgressão, julgamento e pena aplicada).

Impossível me separar da Bíblia.


Comigo foi assim, não quer dizer que deva ser assim com todos... cada um têm sua experiência.


Se eu puder sugerir por onde começar a ler a Bíblia, eu diria para ler primeiro Mateus ou João e na seqüência Gênesis e êxodo e depois toda a Bíblia. Do mais fácil pro difícil, o melhor método, mas o principal é conhecer o Deus da Bíblia e Ele Se revela em todos os livros das escrituras.

terça-feira, 29 de junho de 2010

Jesus é a Rocha


Hoje é o tempo de pensar no amanhã
Tempo de nascer e reviver o amor
Tempo de pensar no que passou
De refletir no que virá
Hoje é o tempo de calor e emoção
Tempo de alegria e de união
Tempo de abraçar, sorrir e estender a mão
Também é tempo de deixar Jesus nascer no coração
Um homem veio a terra para conquistar a paz
Um homem veio a terra para dar o Seu amor
E veio dar a vida por alguém que não O amou
Cristo aqui viveu e por nós morreu
Oh, que grande amor Jesus mostrou em teu favor
Jesus é a rocha que traz vida ao coração sem esperança
É a fonte de poder e proteção em toda dor
Só Ele compreende tua luta e teu sofrer
Cristo aqui viveu e por nós morreu
Oh, que grande amor Jesus mostrou em teu favor
Hoje é o tempo de mudar o coração
Tempo de mudar as coisas ao redor
Tempo de um futuro bem melhor
Com muita luz e com Jesus
Hoje é o tempo de preparo pro amanhã
Tempo de sabe que Cristo vai voltar
Sem a inocência terna e frágil de um bebê
Mas com a glória e resplendor
Que manifestam Seu poder
Um homem veio a terra para conquistar a paz
Um homem veio a terra para dar o Seu amor
E veio dar a vida por alguém que não O amou
Cristo vai voltar, deves pronto estar
Pois um novo mundo ele vai então formar
E vem marchando sobre as nuvens lá do céu
Em glória o seu reino irá fundar
E muitos anjos estarão ao Seu redor quando voltar
E a sua face nós iremos contemplar
Jesus é a rocha que traz vida ao coração sem esperança
É a fonte de poder e proteção
E vem carregando em Seu corpo
A eterna marca do amor e do perdão
Amém, amém, amém
Amém

Lei e Graça – Contrárias ou Igualmente Necessárias?

Na atualidade podemos nos deparar com pregadores alardeando de sobre os púlpitos: "Não sejamos legalistas, cerimoniosos, frios e fariseus… antes estejamos debaixo da graça de Cristo e não debaixo da Lei".

Pois bem… é bem provável que você já tenha ouvido algo assim. Mas a questão é: Estando debaixo da Graça não precisamos mais obedecer ou considerar a Lei de Deus com sua devida reverência?? A graça apagou a Lei e conseqüentemente não precisamos mais obedecer ou nos tornaremos malditos por nos colocarmos debaixo dela através da obediência?

É fato que na Escritura lemos assim: "ROMANOS 6:14 - Pois o pecado não terá domínio sobre vós, porquanto não estais debaixo da lei, mas debaixo da graça." Mas o que é que Paulo quer ensinar neste versículo? Que o cristão está desobrigado de observar a Lei? Caso contrário sairá debaixo da graça?

Façamos uma análise rápida sobre o que é Graça.

Paulo nos diz que a Graça é um dom de Deus (Efésios 2:8). Um dom é algo que recebemos ou uma habilidade que possuímos sem termos feito algo para merecer ou praticado inicialmente para poder realizar. Um pintor por exemplo, ao fazer seu primeiro quadro pode perceber se tem o dom ou não ao final de sua obra. Ele deverá aperfeiçoar-se é claro, mas seu talento natural (dom) ele já possui independentemente da prática da atividade.

Semelhantemente, a Graça de Deus é um dom segundo Paulo. Os méritos são de Cristo e nós o recebemos sem ter feito algo para merecer, apenas recebemos. A Graça de Deus consiste em ele nos considerar inocentes e sem pecado diante Dele, sem termos feito nada para merecer ser tratados assim. Esta Graça de Deus resulta em vida eterna através dos merecimentos de Jesus.

Éramos culpados, mas pela graça somos considerados limpos da transgressão da Lei.

Agora que temos uma idéia do que é a Graça, podemos então discorrer sobre a relação Lei X Graça. (Só pra constar: As palavras "Graça" e "Dom" são derivadas da mesma raiz grega. Graça vem da palavra "χαρις = charis" e Dom vem da palavra "χαρισμα = charisma" segundo Strong)

A Dispensação da Graça

Algumas correntes teológicas marcam épocas desde do Éden, para separar eras ou períodos na história da humanidade. A cada um destes períodos chamam de dispensação. As principais são a "dispensação da Lei" e a "dispensação da Graça".

Ensina-se que a Lei era o meio pelo qual os homens que viveram antes de Cristo se salvaram, pois a graça ainda não havia atuado; após a morte de Jesus e sua ressurreição começou a dispensação da graça, onde agora os homens são salvos pela graça e a Lei deixou de ter relevância.

Vamos considerar: No céu ocorre uma chamada de todos os salvos para estarem diante de Deus. De repente há uma indicação: - À direita os salvos pela Graça e à esquerda os salvos pela Lei! grita Gabriel.

Já imaginou? eu não consigo acreditar.

Mas será mesmo que Adão, Abel, Enoque, Elias, Noé, Moisés, Isaías, Daniel, Jó… etc etc etc foram salvos pela Lei?. Será que todos os fiéis que viveram antes de Cristo foram salvos por obedecer a Lei visto ser ela o meio utilizado por Deus para Salvação na dospensação da Lei segundo ensina-se?

Será que não podemos entender o verso que diz "o Cordeiro que foi morto desde a fundação do mundo." Ap 13:8??

Ou o verso onde lemos: "não segundo as nossas obras, mas segundo o seu próprio propósito e a graça que nos foi dada em Cristo Jesus antes dos tempos eternos." (II Tm 1:9).

Para Adão e Eva, o primeiro casal sobre a terra, foi dada a promessa de um redentor que viria: Gn 3:15 "Porei inimizade entre ti e a mulher, e entre a tua descendência e a sua descendência; esta te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar." Este casal viveu e morreu na esperança de um redentor que viria.

Outro bom exemplo simbólico da justificação própria e da justificação dada por Deus é a seguinte: Adão e Eva "coseram folhas de figueira, e fizeram para si aventais." (Gn 3:7), ou seja, o homem cobrindo sua nudez (injustiça e pecado) com algo que ele mesmo fez; mas para Deus isto era insuficiente! Pois o "Senhor Deus fez túnicas de peles para Adão e sua mulher, e os vestiu." (Gn 3:21). Percebamos esta maravilhosa lição de justificação pela fé ali mesmo logo após a queda.

O desejo de Davi era o seguinte: Sl 90:17 "Seja sobre nós a graça do Senhor, nosso Deus"

Vejamos o que disse Jó e em que estava baseada sua esperança. Jó era justo porém disse ele: Jó 19:25 "Pois eu sei que o meu Redentor vive, e que por fim se levantará sobre a terra." Jó confiava em Jesus Cristo, o Messias que havia de vir e não em sua justiça.

Daniel é outro ótimo exemplo. Não havia nele motivo algum para confiar em sua salvação pelas obras da Lei. Era desta forma que Daniel orava: Daniel 9:18 "Inclina, ó Deus meu, os teus ouvidos, e ouve; abre os teus olhos, e olha para a nossa desolação, e para a cidade que é chamada pelo teu nome; pois não lançamos as nossas súplicas perante a tua face fiados em nossas justiças, mas em tuas muitas misericórdias."

    Isaías, um dos maiores profetas do Antigo testamento registrou esta pérola para aqueles de seu tempo e para todos os demais homens: Is 26:12 "Senhor, tu hás de estabelecer para nós a paz; pois tu fizeste para nós todas as nossas obras."

    O Evangelho foi anunciado a Abraão: (GÁLATAS 3:8) "Ora, a Escritura, prevendo que Deus havia de justificar pela fé os gentios, anunciou previamente o Evangelho a Abraão..."

    Deixemos a falácia para os faladores e cegos! No Novo Testamento mesmo podemos ler em Hebreus 11 um verdadeiro monumento a fé e não as obras, daqueles que viveram antes da manifestação do Messias.

    Até aqui podemos ver, sem sombra de dúvida, que a graça permeia toda história humana Rm 3:22 "... justiça de Deus pela fé em Jesus Cristo para todos os que crêem; pois não há distinção." Seja judeu ou gentio, homem ou mulher, livre ou escravo, ter vivido antes ou depois de Jesus; para Deus não há distinção!

    No Céu, não haverá duas classes de salvos, mas apenas uma: os que foram justificados pela fé no Sangue do Cordeiro.


 

Considerações sobre a Lei.

Em primeiro lugar vejamos nas Escrituras se a Lei vigora hoje, ou somente a graça.

Jesus mesmo afirma que não veio revogar, abolir ou anular a Lei e os profetas, ou seja, ele não veio trazer algo que excluísse dissolvesse, destruísse ou demolisse o Antigo Testamento, tornando-o inútil. Jesus afirmou: "Não penseis que vim destruir a lei ou os profetas" (MATEUS 5:17)

Leia este verso: Mateus 5:19 "Qualquer, pois, que violar um destes mandamentos, por menor que seja, e assim ensinar aos homens, será chamado o menor no reino dos céus; aquele, porém, que os cumprir e ensinar será chamado grande no reino dos céus." Quando Jesus disse estas palavras ele não poderia se referir a nada além do Antigo Testamento.

Muitos hoje afirmam que Paulo foi um dos maiores defensores da graça e ensinador de que a Lei foi anulada e abolida. Se Paulo estivesse entre nós hoje, certamente diria a todos os que ensinam tais coisas:

"...serão justificados os que praticam a lei" (Rm2:13)

"Anulamos, pois, a lei pela fé? De modo nenhum; antes estabelecemos a lei."(Rm3:31)

"De modo que a lei é santa, e o mandamento santo, justo e bom." (Rm 7:12)

"Porque bem sabemos que a lei é espiritual; mas eu sou carnal, vendido sob o pecado." (Rm 7:14)

A Lei de Deus dura para sempre! Ela é um reflexo do caráter de Deus, e Deus não muda.

Na realidade, a afirmação de que a graça vigora hoje reafirma a permanência da Lei igualmente. A afirmação de que o perdão pode ser alcançado só tem força se houver o que ser perdoado.

Se a Lei foi abolida na Cruz, então não há mais a necessidade da graça e nem do perdão pois o raciocínio de Paulo é lógico ao dizer que: "... onde não há lei também não há transgressão." pois "...onde não há lei o pecado não é levado em conta." "... porquanto onde não há lei está morto o pecado." (Rm 4:15; 5:13 e 7:8).


 

A Lei Cerimonial

"...e havendo riscado o escrito de dívida que havia contra nós nas suas ordenanças, o qual nos era contrário, removeu-o do meio de nós, cravando-o na cruz" (Cl 2:14)

A Lei que foi abolida na cruz foi a lei cerimonial. Desta afirma Paulo ter Cristo derrubado "a parede de separação que estava no meio, na sua carne desfez a inimizade, isto é, a lei dos mandamentos contidos em ordenanças, para criar, em si mesmo, dos dois um novo homem, assim fazendo a paz." (Ef 2:14, 15)

A lei de Moisés, esta foi abolida, ou melhor, cumprida em Cristo Jesus. Todos os dias eram oferecidos sacrifícios de cordeiros para expiação de pecados, isto a lei de Moisés ordenava, mas não se deve mais fazer isso pois Jesus é "O cordeiro de Deus que Tira o pecado do mundo"

"Porque a lei, tendo a sombra dos bens futuros, e não a imagem exata das coisas, não pode nunca, pelos mesmos sacrifícios que continuamente se oferecem de ano em ano, aperfeiçoar os que se chegam a Deus." "Ora, onde há remissão destes, não há mais oferta pelo pecado." (Hb 10:1, 18)

Mas a Lei moral dos Dez mandamentos é eterna. Na revelação que teve o apóstolo João ele diz: "Abriu-se o santuário de Deus que está no céu, e no seu santuário foi vista a arca do seu pacto..." (Ap 11:19) No Santuário de Deus "depois do segundo véu estava a tenda que se chama o santo dos santos, que tinha o incensário de ouro, e a arca do pacto, toda coberta de ouro em redor; na qual estava um vaso de ouro, que continha o maná, e a vara de Arão, que tinha brotado, e as tábuas do pacto" Estas Tábuas do Pacto, são "as tábuas de pedra, escritas pelo dedo de Deus." (Ex 31:18) e nelas está escrita a Lei dos dez Mandamentos.

Não há necessidade da graça sem a lei, A Lei Moral de Deus.

Somente através da Lei podemos perceber nossa situação de pecadores e separados de Deus pela transgressão. É através dela que percebemos que precisamos da Graça de Deus oferecida através da morte de Jesus.

Senhor Deus, através de sua Lei percebo que sou pecador e através de sua graça sei que posso ser novamente chamado de Seu filho.!Amém.

segunda-feira, 28 de junho de 2010

Resposta a - mesquita.antonio@cpad.com.br

Ora pastor... o senhor parece ter esbravejado e respondido apenas para não ficar no silêncio.
Acredito piamente que os dons são necessários na Igreja em Todos os tempos até o fim, o que não acredito é que o Espírito cause esta confusão e algazarra que vemos hoje nas igrejas pentecostais do Brasil a fora!!
O Dom de línguas era e é um dom que aparece quando necessário. Aconteceu no pentecoste... ( por favor releia Atos 2 sem sua bagagem humana e terrena) foi a capacitação dos apóstolos e discípulos de falarem em outras línguas conforme o Espírito lhes concedia que falassem.
Não era esse “Xuricanta abalaia sicântaralafaia... belaitanaxuri biba” que vemos nas igrejas, pois perceba em Atos 2 ( caso tenha relido) que os cretenses, árabes, partos, elamitas... etc etc... todos entenderam o que os cristãos diziam na ocasião.
hoje não há necessidade deste dom, mas se houver, não tenha duvida, o mesmo Espírito concederá que o cristão fale em “OUTRAS LÍNGUAS”.
Quer por a prova se isto é bíblico ou não, leia I Coríntios 14: 23 a 28, entenda e depois pregue na igreja..., nunca verei um pastor pentecostal pregando sobre estes versos pois desmascaram a prática principal do pentecostalismo (senão a única) falar em línguas
Veja o que o referido texto diz: “Se, pois, toda a igreja se reunir num mesmo lugar, e todos falarem em línguas, e entrarem indoutos ou incrédulos, não dirão porventura que estais loucos? Mas, se todos profetizarem, e algum incrédulo ou indouto entrar, por todos é convencido, por todos é julgado; os segredos do seu coração se tornam manifestos; e assim, prostrando-se sobre o seu rosto, adorará a Deus, declarando que Deus está verdadeiramente entre vós. Que fazer, pois, irmãos? Quando vos congregais, cada um de vós tem salmo, tem doutrina, tem revelação, tem língua, tem interpretação. Faça-se tudo para edificação. Se alguém falar em língua, faça-se isso por dois, ou quando muito três, e cada um por sua vez, e haja um que interprete. Mas, se não houver intérprete, esteja calado na igreja, e fale consigo mesmo, e com Deus.”
Você nunca fará isso pastor enquanto não se converter – quando a igreja começar com a bagunça das línguas, mande todos se calarem e apenas dois ou no máximo três falarem e um de cada vez! mais um detalhe... se não houver um intérprete calem-se todos e orem em silêncio. Faça isso pastor não apenas diga acreditar nas Escrituras, pratique o que elas dizem.
Deus te abençoe.

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Maldições Hereditárias






Reconheço que existe uma maldição na vida de alguns crentes que devemos quebrar. E esta maldição é a "quebra de maldições hereditárias" propriamente dita. Algo que está impregnada em muitas igrejas pelo Brasil e pelo mundo afora.



Para abordar este tema, gostaria de colocar um pouco de minha vida para justificar que eu vivi esta realidade no passado. Portanto conheço bem os parâmetros colocados pelos defensores desta prática.



Eu me converti em uma igreja onde é praticado a quebra de maldições hereditárias, fui doutrinado com base nesta doutrina e durante alguns anos também preguei a mesma para muitas pessoas, até mesmo ministrei cultos de quebra de maldições hereditárias.



Mas eu sempre me questionei sobre a autenticidade desta doutrina, pois apesar de ter aprendido em minha igreja sobre a necessidade de se quebrar maldições hereditárias e também ministrar sobre isto, sempre quando me deparei com algumas passagens bíblicas eu ficava com muita dúvida. A bíblia diz que "nada podemos contra a verdade se não pela verdade" II Co 13:8. Portanto, não podemos ir contra a Bíblia jamais. Ela é a nossa única regra de fé e conduta. E a Bíblia estava me confrontando.



Um exemplo de passagem está em Romanos 14:12, onde diz: "Assim, pois, cada um de nós dará contas de si mesmo a Deus". Como poderia alguém fazer quebra de maldições de antepassados se cada um de nós prestará contas de si mesmo á Deus?



Outra passagem que sempre me deixara preocupado é Romanos 8:1, diz: "Agora, pois, já nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus." Como posso ter alguma condenação de maldição se estou em Cristo?



Mais uma passagem, 2 Co 5:17: "E assim, se alguém está em Cristo, é nova criatura: as cousas antigas já passaram; eis que se fizeram novas". Se estamos em Cristo e tudo se fez novo, as coisas antigas já passaram, como poderei ter maldições sobre a minha vida?



E o que dizer desta passagem: "E a vós outros, que estáveis mortos pelas vossas transgressões e pela incircuncisão da vossa carne, vos deu vida juntamente com ele, perdoando todos os nossos delitos; tendo cancelado o escrito de dívida que era contra nós e que constava de ordenanças, o qual nos era prejudicial, removeu-o inteiramente, encravando na Cruz." Cl 2:13-14



Diante destas e outras passagens que veremos a seguir, me deixou com uma dúvida muito grande, dúvida esta que me levou a pensar: Como que um crente que aceita JESUS como seu Senhor e Salvador pode se apropriar da nova vida no mesmo? Isto ocorreria gradativamente sendo necessária inclusive a quebra de maldições ou as maldições são quebradas automaticamente após a conversão, pois JESUS se fez maldição por nós?



Isto me levou a buscar um aprofundamento e buscar base teológica sobre esta doutrina, o resultado deste estudo e a conclusão que eu cheguei você verá a seguir.



O EVANGELHO DA MALDIÇÃO



Uma das distorções doutrinárias mais difundidas entre o povo de Deus ultimamente é o ensino das "maldições hereditárias", conhecido também como "maldição de família ou "pecado de geração". Estes conceitos circulam bastante através da televisão, rádio, literatura e seminários nas igrejas. Muitos líderes, ministérios e igrejas, antes sólidos e confiáveis, acabaram sucumbindo a mais esse ensino controvertido e importado dos Estados Unidos.



Os pregadores da maldição afirmam que se alguém tem algum problema relacionado com alcoolismo, pornografia, depressão, adultério, nervosismo, divórcio, diabete, câncer e muitos outros, é porque algum antepassado viveu aquela situação ou praticou aquele pecado e transmitiu tal pecado ou maldição a um descendente. A pessoa deve então orar a Deus a fim de que lhe seja revelado qual é a geração no passado que o está afetando. Uma vez que se saiba qual, pede-se perdão por aquele antepassado ou pela geração revelada e o problema estará resolvido, isto é, estará desfeita a maldição.



Marilyn Hickey, autora norte-americana e que já esteve várias vezes no Brasil em conferências da Adhonep (Associação de Homens de Negócios do Evangelho Pleno), promove constantemente este ensino. Note suas palavras:



Se você ou algum de seus ancestrais deu lugar ao diabo, sua família poderá estar sob a "Maldição Hereditária", e esta se transmitirá a seus filhos. Não permita que sua descendência seja atingida pelo diabo através das maldições de geração. Os pecados dos pais podem passar de uma a outra geração, e assim consecutivamente. Há na sua família casos de câncer, pobreza, alcoolismo, alergia, doenças do coração, perturbações mentais e emocionais, abusos sexuais, obesidade, adultério'? Estas são algumas das características que fazem parte da maldição hereditária nas famílias. Contudo, elas podem ser quebradas!



Um dos textos bíblicos mais usados pelos pregadores da maldição hereditária para defender este ensino é Êxodo 20:4-6: "Não farás para ti imagem de escultura, nem semelhança alguma do que há em cima nos céus, nem em baixo na terra, nem nas águas debaixo da terra. Não as adorarás, nem lhes darás culto; porque eu sou o SENHOR teu Deus, Deus zeloso, que visito a iniqüidade dos pais nos filhos até à terceira e quarta geração daqueles que me aborrecem, e faço misericórdia até mil gerações daqueles que me amam e guardam os meus mandamentos".



É preciso que se leve em consideração o assunto do texto aqui citado. De que trata, afinal, tal passagem? Alcoolismo, pornografia, depressão, ou problemas do gênero? É óbvio que não. O texto fala de idolatria e não oferece qualquer base para alguém afirmar que herdamos maldições espirituais de nossos antepassados em qualquer área das dificuldades humanas.



A narrativa do Antigo Testamento nos informa que sempre que a nação de Israel esteve num relacionamento de amor com Deus, ela não podia ser amaldiçoada. Vemos a prova disso em Números 23:7, 8, quando Balaque pediu a Balaão que amaldiçoasse a Israel. A resposta de Balaão aparece no versículo 23: "Pois contra Jacó não vale encantamento, nem adivinhação contra Israel". Por outro lado, sempre que a nação quebrou a aliança de amor com Deus, ela ficou exposta a maldição, calamidades e cativeiro.



É verdade que os filhos que repetem os pecados de seus pais têm toda a possibilidade de colher o que seus pais colheram. Os pais que vivem no alcoolismo têm grande possibilidade de ter filhos alcoólatras. Os que vivem blasfemando, ou na imoralidade e vícios, estão estabelecendo um padrão de comportamento que, com grande probabilidade, será seguido por seus filhos, pois "aquilo que o homem semear, isso também ceifará" (Gl 6:7). Isso poderá suceder até que uma geração se arrependa, volte-se para Deus e entre num relacionamento de amor com ele através de Jesus Cristo. Cessou aí toda a maldição. Não deve ser esquecido também que o autor da maldição ou punição é Deus e que ela é a manifestação da sua ira. Note que, no final do versículo cinco do capítulo vinte de Êxodo, a Palavra de Deus declara que a maldição viria apenas sobre aqueles que aborrecem a Deus, algo que não se passa com o cristão.



A Bíblia ensina uma responsabilidade individual pelo pecado, como pode ser observado no livro do profeta Ezequiel:



"Veio a mim a palavra do SENHOR, dizendo: Que tendes vós, vós que, acerca da terra de Israel, proferis este provérbio, dizendo: Os pais comeram uvas verdes, e os dentes dos filhos é que se embotaram? Tão certo como eu vivo, diz o SENHOR Deus, jamais direis este provérbio em Israel. Eis que todas as almas são minhas; como a alma do pai, também a alma do filho é minha; a alma que pecar, essa morrerá" (Ez 18:1-4). Seria o mesmo que afirmar nos dias atuais: os pais comeram chocolate e os dentes dos filhos criaram carie.



O capítulo 18 de Ezequiel dá a entender que havia se tornado um costume em Israel colocar a culpa dos fracassos pessoais nos antepassados ou em outros. Isso faz lembrar o que aconteceu no jardim do Éden, quando, por ocasião da Queda, o homem colocou a culpa na mulher e a mulher na serpente. Parece ser próprio do ser humano não admitir seus erros, buscando evasivas para não tratá-los de forma responsável à luz da Palavra de Deus. Infelizmente, alguns acham mais fácil culpar os antepassados do que enfrentar suas tentações.



O ensino da maldição de família mais escraviza do que liberta. Até crentes que há vários anos viviam alegres, evangelizando, servindo ao Senhor e dando frutos, agora estão preocupados, deprimidos, pensando que talvez as tentações, as dificuldades e lutas pelas quais estão passando sejam de fato reflexo de pecados ou do comportamento dos seus ancestrais. Não faz muito tempo, numa grande igreja pentecostal, um diácono, que havia participado de um desses seminários para quebra de maldições hereditárias, me procurou para aconselhamento. Tal irmão encontrava-se confuso e deprimido com as informações que recebera e queria saber o que a Bíblia tinha a dizer sobre tudo isso. Depois de uns dez minutos de conversa, ele respirou aliviado. Temos encontrado e ajudado a muitos outros em situações semelhantes pelos lugares por onde passamos, em diferentes partes do Brasil.



Ora, todo cristão é tentado, de uma forma ou de outra, uns mais, outros menos. Se um cristão enfrenta problemas em relação à pornografia, ao alcoolismo, ao adultério, à depressão ou a qualquer outro aspecto ligado às tentações, os métodos para vencer tais lutas devem ser bíblicos. O caminho para a vitória tem muito mais a ver com a doutrina da santificação, com o cultivo da vida espiritual através da oração, do jejum, da comunhão saudável numa determinada parte do Corpo de Cristo e do contato constante com a Palavra de Deus. O ensino da quebra de maldições hereditárias aparece como um atalho mágico e ilusório para substituir a doutrina da santificação, que é um processo indispensável a ser desenvolvido pelo Espírito Santo na vida do cristão, exigindo dele autodisciplina e perseverança na fé.



DOENÇA OU MALDIÇÃO?



Um outro aspecto incorreto desse ensino é confundir as doenças transmitidas por herança genética com maldições hereditárias espirituais. Isto pode ser observado nas declarações de Marilyn Híckey:



Será que você já observou uma família na qual todos os membros usam óculos? Desde o pai e a mãe até a criança menor, todos estão usando óculos, e geralmente os do tipo de lentes grossas. Essas pobres criaturas estão debaixo de uma maldição, e precisam ser libertas.



Não se pode construir uma doutrina em cima de uma observação, experiência ou somente porque uma família toda usa óculos! Existem muitas famílias em que apenas um ou outro membro usa óculos. O que aconteceu? Por que só alguns herdam a maldição e outros não? E se as doenças são maldições transmitidas de pais para filhos através dos genes (geneticamente), por que os pregadores dessa doutrina não quebram, por exemplo, a maldição da calvície, transmitida geneticamente? Até hoje não há notícia de que alguém tenha feito isso.



O Senhor Jesus nunca ensinou tal doutrina. Quando perguntado sobre o cego de nascença: "Mestre, quem pecou, este ou seus pais, para que nascesse cego?", ele respondeu: "Nem ele pecou, nem seus pais; mas foi para que se manifestem nele as obras de Deus" (Jo 9:2-3). Alguns usam este texto para afirmar que os discípulos acreditavam na maldição de família, procurando dar assim legitimidade a tal ensino. É preciso lembrar que os discípulos nem sempre estiveram certos no período de treinamento que passaram juntos a Jesus. Certa vez, em alto-mar, quando Cristo se aproximava, eles pensaram ser ele um fantasma (Mt 14:26). Felizmente, os discípulos estavam errados em suas conclusões, pois eram humanos, sujeitos a erros. É óbvio que não erraram quando falaram e escreveram inspirados pelo Espírito Santo. Quanto ao cego de nascença, Jesus destruiu qualquer superstição ou crença que os discípulos pudessem ter de que a cegueira fora provocada pelos pecados de seus antepassados, e o próprio Jesus nunca ensinou tal doutrina.



Tal ensino não encontrou espaço também nos escritos do apóstolo Paulo. Ao contrário, quando escreveu aos coríntios pela segunda vez, declarou com muita certeza: "E assim, se alguém está em Cristo, é nova criatura: as cousas antigas já passaram; eis que se fizeram novas" (2 Co 5:17). Aos efésios, ele afirma: "Bendito o Deus e pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que nos tem abençoado com toda sorte de bênção espiritual nas regiões celestiais em Cristo" (Ef 1:3). Onde existe espaço para maldições na vida de um cristão diante de uma declaração como esta?



Paulo não se deixou prender ao passado. Quando escreveu aos crentes de Filipos, declarou: "Irmãos, quanto a mim, não julgo havê-lo alcançado; mas uma cousa faço: esquecendo-me das cousas que para trás ficam e avançando para as que diante de mim estão, prossigo para o alvo, para o prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus" (Fp.3:13, 14).



É importante observar a sugestão do apóstolo Paulo a Timóteo, quando lhe escreveu a primeira carta: "Não continues a beber somente água; usa um pouco de vinho, por causa do teu estômago e das tuas freqüentes enfermidades" (1 Tm 5:23). Paulo nunca insinuou que a enfermidade de Timóteo fosse uma maldição de seus antepassados, pois sabia que Timóteo vivia numa natureza afetada pela desobediência dos primeiros país (Adão e Eva). Apesar de o Reino de Deus estar entre nós, ele ainda não chegou à sua plenitude, pois até a criação geme, aguardando ser redimida do cativeiro da corrupção (Rm 8: 19-23). Paulo apenas sugeriu que Timóteo tomasse um pouco de vinho como um remédio para suas freqüentes enfermidades estomacais e não que fizesse a quebra das maldições hereditárias.



A CONVERSÃO É A SOLUÇÃO



Ensinar que um cristão tem que romper com maldições ou pactos dos antepassados pedindo perdão por eles é minimizar o poder de Deus na conversão. Isso está mais para o espiritismo ou mormonismo (com sua doutrina anti-bíblica do batismo pelos mortos) do que para o cristianismo. A Bíblia declara com muita ousadia: "Por isso também pode salvar totalmente os que por ele se chegam a Deus, vivendo sempre para interceder por eles" (Hb 7:25). O advérbio "totalmente" (panteles, no grego) tem o sentido de pleno, completo e para sempre. Jesus não salva em prestações, mas de uma vez por todas.



Marilyn Híckey chega a afirmar que: "Você pode decidir quanto ao destino exato da sua linhagem. Eles ou vão para Jesus, ou vão para o diabo". Nada poderia estar mais longe da verdade. Quantos filhos há que hoje vivem uma vida cristã exemplar, são cheios do Espírito Santo, enquanto seus pais permanecem alheios ao Evangelho, rejeitando constantemente a palavra de salvação e até tentando dificultar-lhes a vida espiritual! Comigo também foi assim. Ai de mim se fosse esperar meu pai decidir sobre o meu futuro espiritual. Não sei onde estaria hoje.



É claro que os pais têm grande influência na formação espiritual dos filhos, mas o milagre da salvação é obra de Deus, e é pela graça que somos salvos (Ef 2:8, 9). É o Espírito Santo, o Consolador, quem convence o coração do pecado, da justiça e do juízo, como o próprio Senhor Jesus disse (Jo 16:7, 8). Paulo relatou aos gálatas que foi Deus quem lhe revelou seu Filho (Gl 1:15, 16). Assim, a salvação é uma revelação de Jesus Cristo em nossos corações, e não algo decidido somente pelos pais.



Observe o que aconteceu com os filhos de Samuel, um profeta de Deus e um homem íntegro, como pode ser observado em 1 Samuel 3:19 e 12:3. Apesar da integridade do pai, a Bíblia diz que seus filhos não andaram pelos caminhos dele:



"antes se inclinaram à avareza, e aceitaram subornos e perverteram o direito" (1 Sm 8:3).



Veja os reis de Israel e Judá. A narrativa do Antigo Testamento revela que muitos deles foram ímpios e tiveram filhos piedosos, enquanto outros foram piedosos e tiveram filhos ímpios. Eis alguns exemplos: Abias foi mau (1 Rs 15:3), mas seu filho Asa "fez o que era reto perante o SENHOR" (1 Rs 15:11). Jotão "fez o que era reto perante o SENHOR" (2 Rs.15:34), porém Acaz, seu filho, "não fez o que era reto perante o SENHOR" (2 Rs 16:2). Jeosafá agradou a Deus (2 Cr 17:1-4), enquanto Jeorão, seu filho, "fez o que era mau perante o SENHOR" (2 Cr 2 1:6). Assim, a seqüência de bondade ou maldade que deveria suceder na linhagem dos reis de Israel e Judá, de acordo com o que ensinam os pregadores da maldição de família simplesmente não aconteceu. A esses exemplos certamente não se poderia aplicar o provérbio: "Tal pai... tal filho".



Inspirado pelo Espírito Santo, Paulo escreveu aos irmãos de Corinto, na sua primeira carta, uma palavra tremendamente elucidativa quanto a esta questão: "Ou não sabeis que os injustos não herdarão o reino de Deus? Não vos enganeis: nem impuros, nem idólatras, nem adúlteros, nem efeminados, nem sodomitas, nem ladrões, nem avarentos, nem bêbados, nem maldizentes, nem roubadores herdarão o reino de Deus. Tais fostes alguns de vós; mas vós vos lavastes, mas fostes santificados, mas fostes justificados, em o nome do Senhor Jesus Cristo e no Espírito do nosso Deus" (1 Co 6:9-11; leia também Gl.5:17-21).



Pode-se notar que Paulo não afirmou no versículo onze:



"Mas haveis quebrado as maldições hereditárias, mas haveis pedido perdão pelos pecados dos antepassados" ou algo similar. Não, de modo algum, este não é o seu pensamento. Paulo afirma que aqueles que estiveram presos nos pecados haviam sido lavados, haviam sido santificados e justificados, sem qualquer necessidade de quebrar maldições dos antepassados.



Cabem aqui algumas perguntas: Qual é a maior das maldições? Sem dúvida é estar fora de Cristo. Qual a maior das bênçãos? Certamente é o estar em Cristo. Como se elimina a maior das maldições? Introduzindo a maior das bênçãos.



Os pregadores da maldição hereditária não deveriam pedir perdão pelos pecados da décima, nona, oitava ou de qualquer outra geração, mas deveriam, sim, pedir perdão pelos pecados de Adão e Eva, pois se houve brecha, foi ali, na queda do jardim do Éden, onde as maldições tiveram início. Ali está a raiz do problema. Isso, sim, seria um trabalho perfeito e completo. O leitor já imaginou se funcionasse? De repente, ninguém mais precisaria trabalhar para ganhar o pão, a mulher não sofreria mais ao dar à luz e os espinhos desapareceriam da Terra. É claro que não funciona, pois tal ensino não tem base na Palavra de Deus.



TEXTOS MAL INTERPRETADOS



Espíritos Familiares



Para defender o ensino da maldição hereditária, seus pregadores usam a expressão "espíritos familiares", tradução de Levítico 19:31 e de outras passagens na Bíblia em inglês do Rei Tiago (King James Version). Observe o comentário de Marilyn Hickey quanto a isso:



O que são "espíritos familiares"? São maus espíritos decaídos que se tornaram familiares numa família. Eles a seguem, com suas fraquezas — pecado físico, mental, emocional — por todo caminho, atacando e tentando cada membro seu naqueles aspectos, pois estão cientes de suas inclinações. "Marilyn, como é que você sabe disso?" Porque o Antigo Testamento fala acerca dos "espíritos familiares" (Versão King James).



Usando o mesmo argumento, um certo autor comenta:



Nas traduções em português, usamos as palavras necromantes, adivinhadores e feiticeiros. Mas em inglês usa-se o termo espíritos "familiares" e é esta a base bíblica que temos para demonstrar que estes espíritos de adivinhação, necromancia e feitiçaria passam de geração em geração. Há um acompanhamento, por parte destes demônios, sobre as famílias. E eles transmitem os mesmos vícios, comportamentos e atitudes de que temos falado.



Defender um ensino controvertido com base na tradução de uma Bíblia em inglês (Versão do Rei Tiago) é algo inaceitável à luz da hermenêutica e da exegese bíblica. É preciso ter em mente que a Bíblia Sagrada não foi escrita em inglês. Para se entender o texto bíblico, é necessário que se faça a tradução e interpretação com base na língua em que ele foi escrito. No caso do Antigo Testamento, o hebraico, e não o inglês. Ao afirmar: "Mas em inglês se usa o termo espíritos familiares, e é esta a base bíblica que temos para demonstrar que estes espíritos de adivinhação, necromancia e feitiçaria passam de geração em geração", o autor demonstra exatamente o contrário: não ter base bíblica para tal ensino.



Robert L.Alden, Ph.D., professor do Velho Testamento no Seminário Teológico Batista Conservador de Denver, Estado do Cobrado, nos Estados Unidos, esclarece:



A palavra 'ob (original hebraico) aparentemente se refere àqueles que consultavam os espíritos, pois 1 Samuel 28 descreve alguém assim em ação. A famosa "feiticeira" de Endor é uma 'ob. Ao povo de Deus foi ordenado ficar longe de tais ocultistas (Levítico 19:31). A punição por se envolver com tais "médiuns" era morte por apedrejamento (Levítico 20:27). Naturalmente 'ob é incluída na lista de abominações semelhantes em Deuteronômio 18:10,11. Todas essas ocupações têm a ver com o ocultismo. Isaías desconsidera estes "necromantes" e sugere, pela sua escolha de palavras, que os sons dos espíritos assim emitidos não são nada mais do que ventriloquismo: "os necromantes e os adivinhos que chilreiam e murmuram" (Isaías 8:19).



É importante observar ainda que a Septuaginta (a versão grega do Antigo Testamento) emprega o termo eggastrímithoi (ventríloquo) para traduzir a palavra 'ob de Levítico 19:31. A Bíblia informa em 1 Samuel 28:3 que Saul havia banido de Israel os adivinhos e os encantadores e não os espíritos familiares. Assim, a palavra hebraica 'ob significa o "vaso" ou instrumento dos espíritos, portanto o médium ou necromante, conforme aparece na maioria das traduções da Bíblia, não oferecendo tal vocábulo base para quebra de maldições hereditárias na vida do cristão.



A crença de que a violência é provocada por espíritos familiares também não tem base bíblica. O apóstolo Paulo foi um homem violento. A Bíblia diz que "Saulo, porém, assolava a igreja, entrando pelas casas, e, arrastando homens e mulheres, encerrava-os no cárcere" (At 8:3). O apóstolo João, antes de se tornar o discípulo do amor, não hesitava em dar vazão à sua ira. Certa vez ele chegou a desejar que caísse fogo do céu para consumir os samaritanos que se recusaram a receber Jesus (Lc 9:52-54). Como abandonou Paulo sua violência e João deixou de ter um espírito ou temperamento vingativo? Sem dúvida, através da conversão e do viver com Cristo foi que eles foram transformados e libertos, e não através da quebra de maldição de família, algo que nunca fez parte de seus escritos.



ARVORE GENEALÓGICA



Embora haja quem sugira às pessoas para que desenhem árvores genealógicas a fim de facilitar a quebra das maldições, tal prática não encontra apoio na Bíblia. É verdade que encontramos genealogias nos Evangelhos de Mateus e de Lucas, as quais tinham a intenção de apresentar a linhagem de Jesus como o Messias de Israel. Não há, depois disso, em todo o Novo Testamento, preocupação com tal ensino. Ao contrário, o apóstolo Paulo até recomendou a Timóteo e a Tito que não se envolvessem com esse assunto (1 Tm 1:4 e Tt 3:9). Os mórmons, sim, na tentativa de resolver os problemas espirituais de seus falecidos através do batismo pelos mortos (uma prática antibíblíca), gastam muito tempo e dinheiro com genealogias, contrariando assim as Escrituras Sagradas.



Há os que dizem que devemos pedir perdão pelos pecados de P. C. Farias e de políticos acusados como corruptos. Outros estão sugerindo que, ao se encontrar uma pessoa negra na rua, deve-se chegar a ela e pedir perdão pelos pecados dos que promoveram a escravidão no Brasil. Há até aqueles que afirmam que os carros roubados no Brasil e levados ao Paraguai são uma maneira de Deus fazer os brasileiros pagarem aos paraguaios pelo mal que lhes fizeram em guerras passadas. Que absurdo!



Os que isto sugerem gostam de citar as orações de Esdras (capítulo nove), Neemias (capítulo nove) e Daniel (capítulo nove), em que eles fizeram confissão a Deus, citando os pecados de seus antepassados. Sabemos que as bênçãos do antigo pacto eram condicionadas à obediência do povo de Israel. Quando desobedecia, as maldições de Deus vinham sobre ele. Esdras, Neemias e Daniel de fato reconheceram o pecado de seus antepassados, mas pediram perdão pelos pecados do presente, da geração atual. Embora seja possível alguém sofrer as conseqüências dos pecados de terceiros, o mesmo não acontece com a culpa. A Palavra de Deus não culpa ninguém pelos pecados dos outros. A Bíblia em nenhum lugar ensina a interceder por quem já morreu, uma vez que após a morte segue-se o juízo, não oração ou pedido de perdão pelos mortos (Hb 9:27).



É preciso lembrar ainda que, à luz da Bíblia, ninguém pode se arrepender por outra pessoa. O arrependimento é algo pessoal, que se faz diante de Deus. A idéia de que "temos que até interceder, pedir perdão por pecados que aqueles antepassados cometeram, e quebrar os pactos que fizeram", contradiz a Palavra de Deus, que afirma: "Assim, pois, cada um de nós dará contas de si mesmo a Deus" (Rm 14:12).



PROVÉRBIOS 26:2



Eis aqui outro texto freqüentemente mal usado pelos pregadores da maldição de família. Allen P Ross comenta que era comum acreditar que as bênçãos e as maldições tinham existência objetiva — uma vez proferidas, produziam efeito. Ele acrescenta: "As Escrituras esclarecem que o poder de amaldiçoar e de abençoar depende do poder daquele que está por trás dele (por exemplo, Balaão não pôde amaldiçoar o que Deus havia abençoado; Nm 22:38 e 23:8). Este provérbio realça a correção da superstição. A Palavra do Senhor é poderosa porque é a Palavra do Senhor — ele a cumprirá". Nota-se então que não existe base para se usar tal texto a fim de defender a transferência de maldições de geração em geração.



MALDIÇÃO DE NOMES PRÓPRIOS



É o que ensina o livro Bênção e Maldição quando afirma:



A verdade é que há nomes próprios que estão carregados de maldição —já trazem prognóstico negativo (...) Por isso não convém dar aos nossos filhos nomes que tenham conotação negativa, que expressem derrota, tristeza, dureza: Maria das Dores, Mara (amargura), Dolores (dor e pesar), Adriana (deusa das trevas), Cláudio (coxo, aleijado), Piedade, Aparecida (sem origem, que não se sabe de onde veio).



Este é mais um ensino que vem acrescentar cargas desnecessárias sobre os crentes que passam a acreditar nele. Existem muitas pessoas hoje vivendo preocupadas devido ao nome que receberam ao nascer, algo sobre o que não tiveram controle e nem escolha. E, de novo, não há base bíblica para isso.



É verdade que há na Bíblia alguns nomes de pessoas que corresponderam às suas personalidades e às circunstâncias em que viveram. O próprio Deus mudou o nome de Abrão para Abraão, que significa "pai de uma grande multidão". ("A mudança de Abrão para Abraão teve por fim reforçar a raiz da segunda sílaba para dar maior ênfase à idéia de exaltação", J. D. Davis, Dicionário da Bíblia, p. 11.) O nome de Jacó foi ligado à "usurpador", e ele assim se comportou por um bom período de sua vida (ver estudo "falácia da maldição nos nomes") , O legislador de Israel recebeu o nome de Moisés por que foi salvo das águas. Contudo, não se pode criar uma regra baseada em tais exemplos pelas razões que veremos em seguida.



A Bíblia está cheia de exemplos de pessoas ímpias com nomes de bons significados, enquanto outras são boas, mas com nomes de significados nada recomendáveis. Veja o caso de Abias, que quer dizer "Jeová é pai", filho de Samuel, um homem de Deus. Apesar de ter um bom nome e um bom pai, a Bíblia diz que ele não andou nos caminhos de Samuel e se corrompeu (1 Sm 8:3).



Já Absalão quer dizer "pai da paz". Embora tendo um nome tão pacífico, ele tentou usurpar o trono de seu pai Davi, teve uma vida turbulenta e morreu de forma trágica (2 Sm.3:3; 13-19).



Daniel e seus amigos tiveram os nomes mudados pelo rei de Babilônia (Dn 1:7). Mesmo depois de receberem nomes ligados a deuses pagãos, isso não impediu que desfrutassem da bênção de Deus e permanecessem firmes na fé em Jeová. Logo, pode-se notar que o nome não influiu em nada.



Judas quer dizer "louvor", um significado muito piedoso, mas isso não impediu que ele traísse o Senhor (Mt 26:48,49). Por outro lado, um outro Judas foi fiel e deixou uma carta escrita no Novo Testamento.



Bar-Jesus é um nome fantástico, que quer dizer "filho de Jesus". Apesar do nome, ele era um mágico, um falso profeta, e resistiu a Paulo quando este pregava ao procônsul Sérgio Paulo (At 13). Apenas o nome não faz o homem. Se fizesse, as prisões no Brasil não estariam cheias de presidiários chamados de Abel, Moisés, Isaías, Daniel, Pedro, Lucas, Paulo e outros nomes bíblicos.



Há também homens e mulheres na Bíblia que serviram a Deus fielmente e foram vencedores na fé cristã, apesar dos nomes que tiveram com significados nada recomendáveis.



Apolo foi um homem de Deus, poderoso nas Escrituras (At 18:24-28), mas seu nome significa "destruidor".



Hermes é um dos irmãos a quem Paulo envia saudações cristãs (Rm 16:14), porém seu nome é de um deus mitológico.



O interessante é que Paulo nunca instruiu esses irmãos para que fizessem oração de renúncia pelos nomes que possuíam, pois eles terão um novo nome no céu (Ap 2:17).



Alguns crentes até dão testemunho em público depois de pensar que foram bem-sucedidos ao amaldiçoar uma pessoa, uma empresa ou organização. Contam, por exemplo, que por não terem sido bem servidos num restaurante, o amaldiçoaram e o restaurante faliu. A Bíblia, porém, ensina que o cristão não deve amaldiçoar, mas, sim, abençoar. Ouçamos o conselho de Paulo: "Abençoai, e não amaldiçoeis" (Rm 12:14).



Alguns têm dito que a quebra das maldições hereditárias é bíblica, já que deu certo ou funcionou para um ou outro. O fato de ter dado certo não quer dizer que seja bíblica. Há muita coisa que funciona no espiritismo, na umbanda e na Ciência Cristã que nem por isso é bíblica. Geralmente, as distorções no seio da Igreja são muitas vezes baseadas apenas nas experiências, no subjetivo. Ora, não importa quão maravilhosa tenha sido a experiência; se ela contradiz as Escrituras e não tem base na Palavra de Deus, deve ser rejeitada, prevalecendo somente a Bíblia Sagrada, única regra de fé e prática para o cristão.

terça-feira, 8 de junho de 2010

O que os Cristãos deveriam saber sobre línguas

Colado por: Anselmo Goldman (copiado do endereço:http://bereianos.blogspot.com/2009/09/o-que-os-pentecostais-deveriam-saber.html)

O falar em línguas no livro dos Atos dos Apóstolos.
Muito se tem feito em cultos pelo Brasil afora sob o pretexto de espiritualidade, e uma delas é o falar em línguas “estranhas”. Pentecostais dizem que tradicionais são frios e não tem experiência com Deus e estes dizem que aqueles estão equivocados quanto às suas experiências. Considerando que os protestantes afirmam desde o período da Reforma o princípio do SOLA ESCRITURA, e que as experiências religiosas devem ser aferidas pela Palavra, pois até os espíritas e hindus tem experiências religiosas, então vamos analisar neste breve artigo a natureza das línguas faladas pelos cristãos segundo o texto neotestamentário, e depois observar se o que ocorre hoje é o mesmo fenômeno.
Pois bem, iniciemos com Atos dos apóstolos. Em At 2.1-11 podemos ver que o fenômeno produzido pelo Espírito Santo foi o falar nas línguas dos outros homens que haviam peregrinado até Jerusalém no Dia de Pentecostes para a adoração. Em At 2.8 encontramos:

“e como os ouvimos falar em nossa própria língua (grego dialekto) materna?”.

A palavra Gr. Dialekto, como já falado no artigo “e as línguas estranhas?”, é o que entendemos por dialeto no nosso bom português. Depois encontramos o v.11:
“tanto judeus como prosélitos, cretenses e arábios. Como os ouvimos falar em nossas próprias línguas (Gr. Glossais)...”.

Já falamos também antes que a palavra Gr. Glossa é utilizada para idiomas humanos quando se refere ao ato de falar no Novo Testamento. Dessa forma, entende-se claramente que os discípulos naquele dia falaram em outros idiomas de um modo sobrenatural, pois eles não dominavam aquele saber. Eles não falaram “alabacanta alabaxéria”. Antes, glorificaram a Deus em “línguas idiomáticas”.
Há quem pense que eles falaram em línguas ‘alabacânticas’ e os ouvintes miraculosamente entenderam a mensagem. Contudo, não devemos nos esquecer de que o Espírito havia descido sobre os discípulos e que a profecia de Joel 2.28,29 previa que os fenômenos se dariam sobre os agraciados.
Em seguida temos o texto de Atos 10.44,45, onde o Espírito Santo desce sobre os gentios e estes falam em línguas. Além da palavra língua ser a mesma que é utilizada noutros textos como idioma (Gr.glossa), o próprio Pedro diz aos crentes judeus que o fenômeno fora da mesma natureza que o do dia de Pentecostes, ou seja, eles também falaram IDIOMAS:
“Quando... comecei a falar, caiu o Espírito Santo sobre eles, COMO TAMBÉM SOBRE NÓS, no princípio”(Atos 11.15).

Não aconteceu nada de diferente no que diz respeito à natureza das línguas.
Há, por fim, o texto de At 19.1-6, onde aqueles discípulos dispersos de João Batista recebem a fé cristã e são novamente batizados, só que agora em nome de Jesus. Após a imposição de mãos de Paulo, eles recebem o Espírito e tanto falam em línguas (glossa) como profetizam (v.6). Lucas, como bom historiador que era, não deixaria de informar a Teófilo, o destinatário do manuscrito (At 1.1; Lc 1.3), caso as línguas aqui faladas fossem de natureza diferente das faladas em Atos 2 e 10. Por isso que simplesmente ele usa glossa , sem fazer nenhuma consideração. Portanto, não há dúvidas de que as línguas faladas na igreja apostólica foram idiomas humanos concedidos sobrenaturalmente pelo Espírito de Deus.
Mas e as línguas de Corinto? Bem, abordaremos o texto de 1 Co 12-14 num outro artigo. Entretanto, se havia diferença entre as línguas da Igreja em Corinto e as relatadas nas passagens supracitadas (de Atos), creio que Lucas teria dado uma “escorregada” em não registrar isso, pois não se pode desconsiderar três coisas: primeiro, que antes de falar das línguas em Éfeso (At 19), Lucas registra que Paulo havia passado já pela cidade de Corinto (At 18.1,5-11) e pregado o Evangelho; segundo, há uma preocupação da parte de Lucas em relatar fielmente tudo o que diz respeito à história da igreja (At 1.1-8); terceiro, sabe-se que Lucas foi discípulo de Paulo, e que escreveu Atos por volta do ano 63 d.C., enquanto que o apóstolo já havia escrito 1 Co por volta do ano 55 d.C., ou seja, caso as línguas de Corinto registradas na carta de Paulo fossem diferentes das que Lucas ainda iria relatar em Atos, este certamente teria feito suas considerações quando falasse em Atos 18 da igreja em Corinto.
SERIA UMA DISPLICÊNCIA SEM IGUAL OMITIR DETALHES ACERCA DE UM DOS DONS DO ESPÍRITO SANTO! Assim, os crentes que hoje se dizem pentecostais, mas falam línguas diferentes das registradas em Atos, deveriam mudar a forma como se autodenominam, visto que os sons desconexos emitidos por eles quando alegam estar reproduzindo o dom nada tem a ver com os textos bíblicos analisados.
No próximo artigo nos deteremos na primeira carta de Paulo aos coríntios.
Um forte abraço!

Autor: Anderson José Teixeira Cavalcanti de Barros

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