"...estenderei a minha mão contra os habitantes desta terra, diz o SENHOR. Porque desde o menor deles até ao maior, cada um se dá à avareza; e desde o profeta até ao sacerdote, cada um usa de falsidade e curam superficialmente a ferida da filha do meu povo, dizendo: Paz, paz; quando não há paz. Porventura envergonham-se de cometer abominação? Pelo contrário, de maneira nenhuma se envergonham, nem tampouco sabem que coisa é envergonhar-se..." (Jeremias 6.12 a 15)

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Escatologia Individual

Por: Alexandre Ramos de Souza - Pastor e Mestre da IRMAP-Jardim Nazaré
O QUE TEMOS APRENDIDO - Temos muito o que aprender sobre o estado intermediário do homem, isto é, o intervalo entre a morte e ressurreição do indivíduo.
As Escrituras nos dão evidências claras acerca deste estado, porém a grande crença, a mais difundida, seja no meio evangélico pentecostal, seja no meio histórico das igrejas, seja nos centros de umbanda e nas lojas maçônicas, é estranho às Escrituras. A crença popular espírita é difundida em todos os meios religiosos de nosso país e mesmo no mundo.
Mas o fato é que ninguém precisa errar; quando atentarmos às Escrituras e procurar nelas, sem nossos pressupostos imortalicionistas, então estremos prontos para começar a enxergar a verdade bíblica.
A CRENÇA POPULAR -  A imortalidade da alma penetrou muito cedo na crença popular dos povos.
O afastamento do SENHOR certamente induziu os homens a criarem as mais variadas teorias acerca da morte e com elas a imortalidade era inevitável.
Muito cedo a mentira da imortalidade da alma entrou no mundo e isto se deu ainda no Éden quando "Então a serpente disse à mulher: Certamente não morrereis." (Gn 3:4).
A verdade era a que saiu da boca do Eterno é claro, mas isto crêem apenas alguns infelizmente. Disse o SENHOR: "Mas da árvore do conhecimento do bem e do mal, dela não comerás; porque no dia em que dela comeres, certamente morrerás." (Gn 2:17)
Alguns querem ainda insistir em sua crença na serpente, tentando de alguma forma mistificar a morte dizendo que esta morte da qual o Eterno se referia era a morte espiritual e não física.
Lemos em apostilas e livros e seminários que temos associado a morte física do homem ao pecado mas a morte já existia no mundo antes dele. Querem com isto distorcer o claro ensino da Escritura: "certamente morrerás".
Vemos de antemão que pretendem ensinar que o Deus Santo e Perfeito criou seres para a morte; a morte não é uma intrusa mas é parte da criação do ETERNO querem ensinar. Isto é uma mentira que deve ser combatida e rejeitada pois provêm da boca da serpente.
Se o homem fosse imortal, não haveria necessidade alguma de este ser privado do fruto da vida (Gn 3.22)?
O QUE DIZEM AS ESCRITURAS - Na verdade, ninguém que advoga a favor da imortalidade da alma e do estado consciente após a morte, pode negar o relato da criação do homem.
Quando o homem foi formado, elemento muito simples e ensino muito claro nos foi dado por Moisés em Gênesis.
Diz o relato: "E formou o SENHOR Deus o homem do pó da terra, e soprou em suas narinas o fôlego da vida; e o homem foi feito alma vivente." (Gn 2:7)
Temos antes de mais nada, que enxergar o pano de fundo em que Moisés escreveu isto. O Egito antigo era a potência mundial nos tempos de Moisés e o berço do Panteão mundial, isto é, o centro e fonte dos diversos deuses e ainda era a fonte do ensino acerca da imortalidade da alma. As pirâmides e os tesouros enterrados com os faraós, bem como os ritos funerários da época nos dizem muito acerca da crença que dominava o mundo nos tempos de Moisés.
Não nos impressiona a simplicidade com que Moisés narra a criação do Homem num meio tão inundado pela noção imortalicionista?
Alguns cristãos e mesmo mestres em seminários parecem crer que a crença do monismo, isto é, a crença de que o homem não é dividido em corpo e alma, e nem em corpo alma e espírito mas apenas em pó da terra e fôlego de vida (N'shamat Chaiym), é crença Adventista do Sétimo Dia.
Parecem querer desclassificar esta doutrina bíblica por ser advogada por uma vertente cristã classificada como seita.
O fato é que importantes teólogos e representantes da Verdade em todos os tempos, mantiveram esta verdade (monismo) durante todas as eras da Igreja do SENHOR por ser de procedência Escriturística.
O Dr. Robert Martin-Achard, escreve: "Em primeiro lugar o Antigo Testamento nos declara que o homem não é imortal e que nada nele é eterno. Não possui nenhuma parte divina que escape da morte. O Antigo Testamento Rejeita este tipo de crença na imortalidade da alma que a filosofia de Platão fez célebre e que freqüentemente é tomada como um dogma fundamental da fé cristã..."
E continua de maneira inequívoca em sua teologia e ensino dizendo: "É normal que o homem, Adão, tirado da terra, Adamah, volte a ela. Nele nada é divino, somente subsiste graças ao hálito de Deus e quando este lhe é tirado, expira" (Da morte à ressurreição segundo o Antigo Testamento, pg. 34 e 36 - Editora Academia Cristã).
Teólogos do peso de Oscar Cullmann por exemplo, ensinam: "somente aquele que discerne com os primitivos cristãos o horror da morte, que leva a morte a sério como ela é, pode compreender a exultação da celebração na comunidade cristã primitiva e entender que o pensamento de todo o Novo Testamento é governado pela crença na ressurreição. A crença na imortalidade da alma não é a crença num evento revolucionário. Imortalidade é, na verdade, só uma afirmação negativa: a alma não morre, mas simplesmente continua viva. Ressurreição é uma afirmação positiva: todo homem, que morreu de fato, é chamado de volta à vida por um novo ato criativo de Deus... quem não entendeu o horror da morte não pode juntar-se a Paulo no hino da vitória: "Tragada foi a morte na vitória. Onde está, ó morte, o teu aguilhão? Onde está, ó inferno (sepultura), a tua vitória?" (1Co 15.54, 55)
Willian Tyndale, responsável pela tradução do Novo Testamento para língua inglesa, e morto por isso após longo período preso, já professava sobre os mortos: “Por colocá-los no céu, no inferno e no purgatório, destróis os argumentos com os quais Cristo e Paulo provam a ressurreição.” 
Com isso, Tyndale referiu-se a Mateus 22:30-32 e a 1 Coríntios 15:12-19. Ele chegou a crer corretamente que os mortos continuam inconscientes até uma futura ressurreição. (Salmo 146:4; Eclesiastes 9:5; João 11:11, 24, 25) Isto significava que todo o sistema de orações a Maria e aos “santos” não tinha sentido, porque eles, no seu estado inconsciente, não podiam ouvir nem interceder.
Lutero escreveu: "Contudo, eu permito ao Papa estabelecer artigos de fé para si mesmo e para seus próprios fiéis – tais como: que o pão e o vinho são transubstanciados no sacramento; que a essência de Deus não gera nem é gerada; que a alma é a forma substancial do corpo humano; que ele [o papa] é o imperador do mundo e rei dos céus, e deus terreno; que a alma é imortal; e todas estas monstruosidades sem fim no monte de estrume dos decretos romanos – para que tal qual sua fé é, tal seja seu evangelho, e tal a sua igreja, e que os lábios tenham alface apropriada e a tampa possa ser digna da panela" (Martinho Lutero, Assertio Omnium Articulorum M. Lutheri per Bullam Leonis X. Novissimam Damnatorum).
Não procuramos provar doutrina Bíblica pelos escritos extra-bíblicos (ainda que de grandes homens da Igreja), mas mostrar que o estado inconsciente do homem na morte não é "exclusividade" Adventista do Sétimo Dia mas doutrina comum.
Poderíamos ainda citar Wycliffe, Francis Blackburn, John Milton, Jorge Storrs como crentes na imortalidade condicional e no sono inconsciente da morte.

SÍNTESE BÍBLICA DA IMORTALIDADE
A crença na imortalidade da alma professa que:
- O homem não morre...
Mas o SENHOR diz: "certamente morrerás"
- O homem é formado por corpo e alma...
Mas a Bíblia diz claramente que o homem é formado por pó da terra e fôlego de vida, resultando numa alma, alma vivente. O homem não tem uma alma, mas segundo o relato ele é uma alma.
- Os que morreram estão conscientes no além e em atividade...
Mas a Bíblia e Jesus comparam a morte com estar dormindo (1Tss 4.13, 14, 15; 1Co 15.20; At 7.60; 13.36; Jo 11.11 a 14; Lc 8.52).
- A ressurreição é sem propósito visto que na verdade o homem está vivo no além...
Mas a esperança dos fiéis é a ressurreição (Hb 6.2; Fl 3.10, 11)
- A alma recebe na morte a recompensa por seus atos e com isto perpetuam os ensinos de alguns que se desviaram do ensino dos apóstolos como Himeneu e Fileto- "Os quais se desviaram da verdade, dizendo que a ressurreição era já feita, e perverteram a fé de alguns." (2Tm 2:18).
- A crença na imortalidade da alma é a raiz, o princípio ativo de heresias como:
* A Intercessão dos santos (se cressem no sono da alma não creriam que eles intercedem hoje)
* A reencarnação
* A adoração dos santos
* O Purgatório
* Veneração de maria
* Psicografia
* Consulta aos mortos
* Adivinhações
O RELATO DE GÊNESIS - A narrativa diz acerca do homem que "...és pó e em pó te tornarás." (Gn 3:19).
A idéia expressa na Bíblia é de que o homem é corpo animado pelo sopro divino e não alma encarnada!
A escritura diz que "formou o SENHOR Deus ao homem do pó da terra, e lhe soprou nas narinas o fôlego de vida", de maneira que o relato nos leva a enxergar corpo animado e não fôlego encarnado.
Muitas outras referências poderiam ser citadas nesta postagem, mas como já possuímos outras postagens acerca do assunto, convidamos nossos leitores a lê-las.
CONCLUSÃO - A crença no sono da morte e no estado inativo dos que morreram não é uma doutrina bíblica de segunda importância, mas pelo contrário, é de fundamental importância visto que por ela podemos nos resguardar de heresias diversas surgidas de diversas correntes pagãs.
Ainda se levarmos em conta que nossa esperança é desfocada ao contemplarmos a nós mesmos na glória antes mesmo do retorno de Jesus e nossos entes que já dormem estando nesse estado. Que pai, não apelaria à crença no estado consciente para conversar com o filho morto?
A Esperança da Igreja é uma desde a era apostólica, e esta esperança é a ressurreição. É em volta desta esperança que o crente vive e morre. Sabendo que o SENHOR um dia voltará e "...descerá do céu com alarido, e com voz de arcanjo, e com a trombeta de Deus; e os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro." (1Ts 4:16); Conforta saber que "Num momento, num abrir e fechar de olhos, ante a última trombeta [que] soará, e os mortos ressuscitarão incorruptíveis, e nós seremos transformados." (1Co 15:52).

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