"...estenderei a minha mão contra os habitantes desta terra, diz o SENHOR. Porque desde o menor deles até ao maior, cada um se dá à avareza; e desde o profeta até ao sacerdote, cada um usa de falsidade e curam superficialmente a ferida da filha do meu povo, dizendo: Paz, paz; quando não há paz. Porventura envergonham-se de cometer abominação? Pelo contrário, de maneira nenhuma se envergonham, nem tampouco sabem que coisa é envergonhar-se..." (Jeremias 6.12 a 15)

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

A Poligamia desde a Criação

Por: Alexandre R. de Souza – Professor de Estudos Bíblicos na IRMAP * Jardim Nazaré

Deus ao formar o homem, formou para ele apenas UMA companheira e justamente, diz o relato Bíblico, de uma de suas costelas.
Deus não formou mais que uma única mulher para Adão, este é seu plano, Qualquer coisa que vá além disso acarretará sempre, conseqüências ao homem.
O ser humano possui 24 costelas. Não quer nos dizer nada, o fato de que dentre 24 ossos de Adão, Deus tenha pego apenas UM, e deste UM, feito APENAS UMA companheira para Adão?
A poligamia parece ser algo que está sujeita a época e cultura local. Vemos posteriormente Davi, por exemplo, e Salomão tendo para si muitas mulheres e sofrendo as conseqüências disso, mas não sendo explicitamente repreendidos por Deus devido sua poligamia.
Esta prática, porém, era estranha na Criação e entre os descendentes de Adão que se mantinham fiéis aos princípios de Deus.
Mesmo Caim, o primeiro homicida, não havia se apartado do Eterno completamente, pois dele lemos no relato: Conheceu Caim a sua mulher, a qual concebeu, e deu à luz a Enoque. Caim edificou uma cidade, e lhe deu o nome do filho, Enoque.” (Gên 4:17), dando a entender o relato que o sétimo mandamento não foi transgredido por Caim.
(Gên. 4:19-25): (19) “E tomou Lameque para si duas mulheres; o nome de uma era Ada, e o nome da outra, Zilá. (20) E Ada teve a Jabal; este foi o pai dos que habitam em tendas e têm gado. (21) E o nome do seu irmão era Jubal; este foi o pai de todos os que tocam harpa e órgão. (22) E Zilá também teve a Tubalcaim, mestre de toda obra de cobre e de ferro; e a irmã de Tubalcaim foi Naamá. (23) E disse Lameque a suas mulheres: Ada e Zilá, ouvi a minha voz; vós, mulheres de Lameque, escutai o meu dito: porque eu matei um varão, por me ferir, e um jovem, por me pisar. (24) Porque sete vezes Caim será vingado; mas Lameque, setenta vezes sete.”
É possível notar que em Lameque a vingança era latente. Nunca foi plano do ETERNO que o homem possuísse quantas mulheres quisesse, pois mesmo os descendentes anteriores de Lameque não tiveram tal prática. Diz-se: “E tomou Lameque para si duas mulheres”; esta própria citação indica algo novo nas transgressões do homem.
Ao crime de assassínio, para o qual Caim abrira o caminho, Lameque, o quinto descendente, acrescentou a poligamia e, desafiador jactancioso, reconhecia a Deus apenas para inferir da vingança
sobre Caim a certeza para a sua própria segurança.
O procedimento de Lameque foi o precedente do Dilúvio. O Texto Sagrado parece sugerir que passaram a nascer mais mulheres do que homens.
(Gên. 6:1-5) (1) “E aconteceu que, como os homens começaram a multiplicar-se sobre a face da terra, e lhes nasceram filhas, (2) viram os filhos de Deus que as filhas dos homens eram formosas; e tomaram para si mulheres de todas as que escolheram. (3) Então, disse o SENHOR: Não contenderá o meu Espírito para sempre com o homem, porque ele também é carne; porém os seus dias serão cento e vinte anos. (4) Havia, naqueles dias, gigantes na terra; e também depois, quando os filhos de Deus entraram às filhas dos homens e delas geraram filhos; estes eram os valentes que houve na antiguidade, os varões de fama. (5) E viu o SENHOR que a maldade do homem se multiplicara sobre a terra e que toda imaginação dos pensamentos de seu coração era só má continuamente.”

Os filhos de Deus aqui citados são os descendentes de Sete que passaram a misturar-se com as descendentes de Caim. Caim foi banido de diante da face de Deus e habitou em lugares distantes. Enquanto os descendentes de Sete não tiveram contato com os descendentes transgressores, mantiveram-se fiéis a Deus. Mas com o correr do tempo arriscaram-se pouco a pouco a misturar-se com os habitantes dos vales. Esta associação produziu os piores resultados. "Viram os filhos de Deus que as filhas dos homens eram formosas." Gên. 6:2. Os filhos de Sete, atraídos pela beleza das filhas dos descendentes de Caim, desagradaram ao Senhor casando-se com elas. Muitos dos adoradores de Deus foram seduzidos ao pecado pelos engodos que constantemente estavam agora diante deles, e perderam seu caráter peculiar e santo. Misturando-se com os depravados, tornaram-se semelhantes a eles, no espírito e nas ações; as restrições do sétimo mandamento o qual ordena “Não Adulterarás” eram desatendidas, "e tomaram para si mulheres de todas as que escolheram".
A poligamia foi praticada em época primitiva. Foi um dos pecados que acarretaram a ira de Deus sobre o mundo antediluviano. Todavia, depois do dilúvio, tornou-se novamente muito espalhada. Era o esforço calculado de Satanás perverter a instituição do casamento, a fim de enfraquecer as obrigações próprias à mesma, e diminuir a sua santidade; pois de nenhuma outra maneira poderia ele com maior certeza desfigurar a imagem de Deus no homem, e abrir as portas à miséria e ao vício.
Vemos claramente qual era a prática dos justos nos tempos de antes do dilúvio. Na construção da arca e na salvação da espécie humana através do servo de Deus que era Noé, a Escritura se refere de maneira categórica: (Gênesis 7:7) “E entrou Noé, e seus filhos, e sua mulher, e as mulheres de seus filhos com ele na arca, por causa das águas do dilúvio.”
Nos versos seguintes temos certeza de que estes honravam o sétimo mandamento do ETERNO ao lermos: E, no mesmo dia, entrou Noé, e Sem, e Cam, e Jafé, os filhos de Noé, como também a mulher de Noé, e as três mulheres de seus filhos, com ele na arca” (Gênesis 7:13).
Por meio de amizades mundanas, pelos encantos da beleza, pela procura de prazeres, folguedos, festins ou bebidas, Satanás tenta o homem à violação do sétimo mandamento.
Satanás seduziu Israel à depravação antes de os levar à idolatria. Aqueles que desonrarem a imagem de Deus e macularem Seu templo em suas próprias pessoas, não terão escrúpulos para praticarem qualquer desonra a Deus que satisfaça o desejo de seus depravados corações. A condescendência sensual enfraquece o espírito e avilta a alma. As faculdades morais e intelectuais ficam embotadas e paralisadas pela satisfação das inclinações animais; e é impossível ao escravo da paixão compenetrar-se da obrigação sagrada imposta pela lei de Deus, apreciar a obra expiatória, ou dar o devido valor à alma. Bondade, pureza e verdade, reverência para com Deus e amor pelas coisas sagradas - e tudo isto são afeições santas e nobres desejos que ligam os homens ao mundo celestial - são consumidos nos fogos da lascívia. A alma se torna um deserto enegrecido e desolado, habitação de espíritos maus, e "guarida de toda a ave hedionda e abominável". Seres formados à imagem de Deus são arrastados ao nível dos irracionais.

A Poligamia dos tempos de Abraão até as Doze Tribos e Salomão
Abraão foi outro exemplo de monogamia. Tinha como esposa apenas a Sarah. Como esta não lhe dava filhos, incitou a seu marido Abraão para que tomasse a Hagar e lhe fizesse um filho. Disse Sara: Eis que o Senhor me tem impedido de ter filhos; toma, pois, a minha serva; porventura terei filhos por meio dela.” (Gên 16:2)
Deus havia prometido que de Abraão seria feito uma grande nação. Abraão já era Velho e igualmente Sara sua esposa. Aqui, talvez a influência cultural local tenha levado a Sara ordenar tal ato de Abraão visto já habitarem ambos na terra de Canaã por dez anos (Gên 16:3).
É completamente aceitável que o costume local era de que mulheres estéreis tivessem filhos de suas escravas. Por isso decidiu seguir a prática de seu país natal a fim de proporcionar um herdeiro para a família. Os códigos legais da Mesopotâmia autorizavam a prática pela qual uma esposa estéril podia dar uma de suas escravas a seu marido e ter filhos mediante ela.
No código de Hamurabi, lemos que se (144). Se um homem tomar uma esposa e esta der ao seu marido uma criada, e esta criada tiver filhos dele, mas este homem desejar tomar outra esposa, isto não deverá ser permitido, e que ele não possa tomar uma segunda esposa.
(145) Se um homem tomar uma esposa e esta não lhe der filhos, e a esposa não quiser que o marido tenha outra esposa, se ele trouxer uma segunda esposa para a casa, a segunda esposa não deve ter o mesmo nível de igualdade do que a primeira.
(146) Se um homem tomar uma esposa e ela der a este homem uma criada que tiver filhos deste homem, então a criada assume posição de igualdade com a esposa. Porque a criada deu filhos a seu patrão, ele não pode vendê-la por dinheiro, mas ele pode mantê-la como escrava, entre os criados da casa. (147) Se ela não tiver dado filhos a este homem, então sua patroa poderá vendê-la por dinheiro.
O ETERNO ainda abençoou a Hagar, salvou-a e a seu filho Ismael e fez dele uma grande nação também. Vemos que é muito provável que o costume local e a cultura da região, tenham levado Abraão e Sara a tal prática.
Jacó, o filho de Isaque, recebeu do pai esta ordem: “Levanta-te, vai a Padã-Arã, à casa de Betuel, pai de tua mãe, e toma de lá uma mulher das filhas de Labão, irmão de tua mãe.” (Gênesis 28:2). Esta foi a ordem de Isaque para seu filho Jacó. Uma única mulher deveria ser tomada dentre todas as filhas que Labão possuía.
O próprio Isaque, foi o melhor exemplo na época, que se podia ter de um monógamo. Isaque, a exemplo da aflição de Abraão, não possuía filhos ainda, devido a Rebeca ser estéril como a mãe de Isaque. Ao invés de seguir os passos de seu pai, ou dos costumes da época, diz a Escritura que “Isaque orou insistentemente ao Senhor por sua mulher, porquanto ela era estéril; e o Senhor ouviu as suas orações, e Rebeca, sua mulher, concebeu.” (Gên 25:21) . Isaque não tomou para si outra mulher além de Rebeca até o fim de seus dias.
Mais uma vez notamos a diferença entre os servos do ETERNO e aqueles que desprezam suas bênçãos. Entre Jacó e Esaú, filhos de Isaque, havia grande diferença. Esaú, o rejeitado, tinha seu espírito voltado à satisfação imediata da carne e seus impulsos o levavam sempre a satisfazer seus apetites terrenos, ao passo que Jacó, diz a Escritura, homem pacato e habitava em tendas.
Esaú, aos quarenta anos de idade, tomou para si duas mulheres, a Judite, filha de Beeri, heteu, e a Basemate, filha de Elom, heteu. E estas foram para Isaque e Rebeca uma amargura de espírito.” (Gên. 26:34-35).
Vemos Esaú, talvez tentando obter o favor de seus pais, e por saber que estes se desgostavam de suas esposas as filhas de Hete, ambas filhas daquela terra onde habitavam, foi e ajuntou-se com outra mulher, Maalate (instrumento de cordas) desta vez de Ismael filho de Abraão. (Gênesis 28:6 a 8)
Estes foram os atos de Esaú, porém Jacó, obedecendo a seu pai Isaque, foi às tendas de Labão e obedecendo a seu pai, queria para si a Raquel e apenas ela. Seu tio possuía outra filha chamada Léia.
Por ter sido enganado, Jacó teve que levar como esposa para si, as duas filhas de Labão, caso contrário, estaria apenas unido a Raquel.
Como amava a Raquel mas necessariamente deveria antes, de acordo com o costume local, se casar com a méis velha, Jacó teve que casar-se primeiro com Léia (pois foi enganado) e depois então casou-se também com Raquel.
De todas as tribos de Israel, quantas foram as mães?
De Israel, que anteriormente se chamava Jacó, nasceram as doze tribos chamadas de Israel.
Jacó amava a Raquel porém teve que casar-se antes com a sua irmã Léia, lemos ainda que cada uma das irmãs deu de suas servas para que tivessem filhos em seu lugar como aconteceu com Abraão, Sara e Hagar.
De Léia nasceram: Rúben, Simeão, Levi e Judá.
De Bila, serva de Raquel nasceram: Dã e Naftali
De Zilpa, serva de Léia nasceram: Gade e Aser.
De Léia novamente nasceram: Issacar e Zebulom.
De Raquel nasceu José, do qual nasceram Manassés e Efraim.
O que devemos ressaltar é que Issacar recebeu este nome pois significa “há recompensa”. Seu nome vem do fato de sua mãe ter dito: Deus me tem dado o meu galardão, porquanto dei minha serva a meu marido” (Gên 30:18). Ou seja, Léia atribuiu sua nova concepção devido ao fato de ter permitido que seu marido COMETESSE ADULTÉRIO com sua serva.
Quatro mulheres diferentes são as mães do povo escolhido por Deus pois todas geraram do mesmo homem, Jacó.
De Gideão lemos: Gideão teve setenta filhos, que procederam da sua coxa, porque tinha muitas mulheres.” (Juízes 8:30).
De Elcana, o pai de Samuel Lemos: “Tinha ele duas mulheres: uma se chamava Ana, e a outra Penina. Penina tinha filhos, porém Ana não os tinha.” (1Sam 1:2)
De Davi, que já possuía Ainoã, a jizreelita, e Abigail como mulheres: “Davi tomou ainda para si concubinas e mulheres de Jerusalém, depois que viera de Hebrom; e nasceram a Davi mais filhos e filhas.” (2Sam 5:13)
De Salomão, filho de Davi, lemos: Tinha ele setecentas mulheres, princesas, e trezentas concubinas; e suas mulheres lhe perverteram o coração.” (1Reis 11:3)
Qualquer outra ocorrência que se escreva torna-se desnecessária pois de Davi sabemos ser um homem segundo o coração de Deus e de Salomão o homem mais sábio.
A ruína de Salomão se deveu a ter corrompido seu coração diante de suas mulheres.
Parece contraditória a afirmação sobre Davi e Salomão, mas entre seus erros ainda mais se acrescentam estes, pois o plano original de Deus é que um homem possua uma mulher. Davi e Salomão colheram as conseqüências de seus atos.
Tornamos a ainda a afirmar que o tempo e o local influenciam nas relações entre homem e mulher. O pecado não deixa de ser pecado, mas dentro do contexto cultural da época apenas, é aceitável que a Bíblia tenha em tão pouca conta, que os homens tenham se casado com mais de uma mulher.

A Poligamia no Novo Testamento

1Co 7:2-3 (2) mas, por causa da prostituição, cada um tenha a sua própria mulher, e cada uma tenha o seu próprio marido. (3) O marido pague à mulher a devida benevolência, e da mesma sorte a mulher, ao marido.
1Tm 3:2-3 (2) Convém, pois, que o bispo seja irrepreensível, marido de apenas uma mulher, vigilante, sóbrio, honesto, hospitaleiro, apto para ensinar; (3) não dado ao vinho, não espancador, não cobiçoso de torpe ganância, mas moderado, não contencioso, não avarento;
1Tm 3:12-13 (12) Os diáconos sejam maridos de uma só mulher, e governem bem a seus filhos e suas próprias casas. (13) Porque os que servirem bem como diáconos, adquirirão para si um lugar honroso e muita confiança na fé que há em Cristo Jesus.
Tt 1:6 (6) alguém que seja irrepreensível, marido de uma só mulher, tendo filhos crentes que não sejam acusados de dissolução, nem sejam desobedientes.
Os textos sugerem que haviam membros de pelo menos algumas Igrejas primitivas, que possuíam mais de uma mulher. A ordem era para que, caso o homem se candidatasse a algum cargo na Igreja, fosse ele marido de apenas uma mulher conforme o plano original de Deus.
Muitos conselhos contra a imoralidade foram dados pelos apóstolos, e certamente estes viam nas escrituras os laços pertinentes aos homens que possuíssem mais de uma esposa.
Por isso a ordem de que os obreiros possuíssem apenas uma esposa foi dada, afim de que aqueles que seriam ministros na casa de Deus não corressem o risco de cair mais facilmente que qualquer um.
Paulo aconselha mesmo que caso o homem consiga se manter no controle, que não se case. O que diria ele então se acaso alguém lhe fosse perguntar se poderia, a exemplo de Davi, Salomão, Abraão etc., possuir mais de uma esposa?
A Poligamia nunca foi intento de Deus. Deus nunca deu este direito aos homens.
Entre os judeus, adultero é considerado aquele que possui a mulher de seu próximo. O homem que já possuía uma mulher e se casasse com outra descompromissada, não era considerado assim. Mas esta concepção está baseada apenas na tradição local e na cultura dos povos e não nas Escrituras e entre os filhos de Deus.
Vimos através deste estudo, que o plano original de Deus é de que o homem possua uma única mulher. Jesus disse uma vez que ao home foi PERMITIDO o divórcio, por causa da dureza do coração dos homens, e hoje o divórcio é tido como algo completamente distinto da vontade de Deus pois realmente o é. Não devemos então tomar os maus exemplos de alguns personagens bíblicos para justificar nosso desejo carnal de transgredir e de se entregar ao pecado.
A vontade e o mandamento de Deus é este: “Portanto deixará o homem a seu pai e a sua mãe, e unir-se-á à sua mulher, e serão uma só carne.”

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